Então não é que o homem parece desaustinado, não acertando no rumo!?
O país a ficar desempregado, a malta já sem conseguir pagar nem a casa nem sequer o telhado, as mensalidades da escola dos miúdos com meses de atraso calado, na praça e nos supermercados as encolhas provocando fomes estranhas, há férias postas de lado e velhas carências postas de novo ao serviço, há milhares e milhares de famílias em risco mortal de miséria, e aquele senhor, o tal que deve viver num outro planeta rodeado por meia dúzia de disparatados aliens conselheiros, meteu-se ontem quase aos gritos nas televisões a dizer que os portugueses devem ir...comprar painéis solares para instalar no telhado que o governo apoia!!!
Então o governo, afinal, tem dinheiro para apoiar a compra de painéis solares e não tem para apoiar eficazmente, de forma objectiva e directa (e não apenas com difusos planos globais), o emprego e a recuperação urgente das empresas, o sistema público de saúde, os idosos, reformados e outros combatentes do género? Painéis solares sim, naturalmente; isso nem se discute. Mas não agora, quando as urgências e as prioridades são outras.
Por isso hoje, nos jornais, na internet e na vida da gente, o irascível propagandista levou pela medida grande! Ele e os seus spin doctors de trazer por casa.
E como me dizia alguém: "só se perdem as que caem no chão"...
Chiça!
comentários:
AR disse...
Há que pensar em grande: por certo, o Sr. Pinto de Sousa (oh Deus, pareço o Alberto João!)apoiará também as famílias que queiram fazer turismo espacial. E os que queiram comprar veículos eléctricos. E fazer lipoaspirações. Podemos ser probrezinhos, mas nada impede que sejamos modernos! Se calhar, perde-se um bocadinho da mensagem por o nosso primeiro não falar em "mangalhês". Ou inglês técnico. O engraçado dessa medida é que, já agora, só havia uma empresa que prestava o serviço de instalação desses belos aparelhos solares. Por acaso era do Jorge Coelho. (Isto lá no partido é tudo muito dado a novas tecnologias.) Também se permite instalar mais um aparelhinho que produz energia que pode ser vendida à empresa pública por um preço quase simbólico. O custo dessa coisa só permite retirar disso algum rendimento - a menos que tenham
muitos mil para investir e comprar a pronto - lá para daqui por 10 ou 15 anos. Haverá empresa pública ainda?
9:45 AM
